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| Foto Getty Images Jaime Faria, novo nº 120 mundial (Melhor ranking pessoal) |
1ª Ronda: L. Ambrogi (Argentina/Nº 414) 6/2 5/7 6/3
Oitavos-de-final: Matheus Pucinelli de Almeida (Brasil/325) 7/5 6/1
Quartos-de-final: Gastão Elias (Portugal/326) 5/7; 6/3 6/1
Meias-finais: Gustavo Heide (Brasil/177)
Final: (8) F.Meligeni Alves (Brasil167) 6/4 6/4
Introdução: Um Legado que Transcende os courts
A França, berço de revoluções e de grandes nomes da história, também possui um legado incontestável no mundo do ténis. Com uma tradição que se estende por décadas, o país galo tem forjado uma identidade única no circuito mundial, marcada por um estilo de jogo elegante e técnico, e por uma paixão irrestrita pela modalidade. O epicentro desse legado é, sem dúvida, o torneio de Roland Garros, um dos quatro Grand Slams e o único disputado em terra batida, superfície na qual os tenistas franceses se sentem em casa.
A Federação Francesa de Tênis, ao longo dos anos, tem desempenhado um papel fundamental na formação de jovens talentos e na promoção do desporto no país. Através de uma estrutura sólida de base e de investimentos em infraestruturas, a FFT tem garantido que novas gerações de tenistas franceses emerjam e mantenham o país no topo do tênis mundial.
Jannik Sinner: O jovem italiano é o atual número 1 do mundo, e com 23 anos prepara-se para alimentar nos próximos anos uma rivalidade que se adivinha feroz com o espanhol Carlitos Alcaraz. Com o fim dos Big-3 (ainda que Novak Djokovic esteja ainda no ativo), adivinha-se uma fase já iniciada de renovação no circuito, e se é verdade que no imediato está mais aberto, também é verdade que quer o italiano quer Carlos Alcaraz mostram credenciais para dominarem o circuito nos próximos anos. Veremos se alguém surgirá para se intrometer nesta previsível luta de dois galos para um poleiro - refiro-me claro está para o lugar mais alto da hierarquia mundial. Mas vamos tentar traçar aqui o perfil de Jannik Sinner e com alguns números no final.
A vitória de Li Na em 2 Grand Slams (ver um pouco mais à frente neste arigo) foi, sem dúvida, um ponto de inflexão para o ténis chinês. Ela se tornou um ícone nacional, inspirando milhões de jovens chineses a sonhar em se tornar tenistas profissionais. Sua trajetória demonstrou que era possível alcançar o sucesso no cenário internacional, mesmo sendo chinesa. Mas o que na realidade aconteceu para nesta década em particular, cada vez mais chineses e chinesas aparecem no Top-mundial de forma sustentada? É isso que vamos tentar entender neste artigo.
Para entendermos como a China conseguiu transformar o tênis num desporto popular, podemos destacar algumas estratégias chave:
1) Investimentos em infraestruturas: Construção de inúmeros courts de tênis, academias de alto nível nas mais diversas cidades chinesas.
2) Programas de desenvolvimento de atletas: Criação de programas de base para identificar e desenvolver jovens talentos desde cedo, com foco no treino técnico e físico, além de suporte psicológico.
3) Promoção do tênis nos mídia: Ampla cobertura dos torneios de tênis na televisão e nas mídias sociais, além da criação de programas de televisão dedicados ao desporto
4) Patrocínios e incentivos financeiros: Oferta de patrocínios e bolsas de estudo para atletas de alto rendimento, incentivando a prática do tênis entre os jovens.
5) Eventos internacionais: Organização de torneios internacionais de tênis na China, como o China Open, ATP 1000 de Shanghai e o recente WTA 1000 de Wuhan para atrair os melhores jogadores do mundo e popularizar o desporto
6) Integração do tênis na cultura chinesa: Associação do tênis a valores como disciplina, trabalho em equipa e superação, que são muito valorizados na cultura chinesa.
O ténis está em alta no circuito, ainda assim há desafios para o país consolidar o desporto no seio da sociedade local. Num país com uma população incrível em termos absolutos, e o mesmo tempo uma sociedade ainda bastante fechada ao mundo manter a motivação dos jogadores na lógica deles próprios se dedicarem pensando a longo prazo, proteger os atletas da pressão excessiva dos média e fâns, e ao mesmo tempo não menos importante gerir as expetativas em torno dos jovens talentosos chineses.
Um ponto importante, é a dimensão económica e social do ténis na China. num mercado cada vez mais forte ainda que um pouco fechado. A popularidade do ténis na China abre de forma ampla novas oportunidades de mercado a marcas desportivas e patrocinadores. Num mercado de 1.409,67 milhões de habitantes (números de finais de 2023), a expansão do ténis já é grande mas ainda tem margem de progressão muito grande, e nesse sentido mesmo em termos globais a China por si só pode aumentar de forma significativa a base global de adeptos. Por isso as entidades oficiais da modalidade tem todo o interesse em investir na China, quer através estruturas para o desenvolvimento da modalidade, mas também através da transferência não só para a China mas para a região asiática do "circo" do circuito profissional quer masculino quer feminino.
Em resumo, a ascensão do tênis na China é um fenômeno que merece ser estudado em profundidade. A combinação de investimentos, políticas públicas e a inspiração de atletas como Li Na transformaram o tênis num desporto popular e promissor no país. No entanto, o caminho ainda é longo e repleto de desafios.
Jogadores Chineses no circuito ATP e WTA
Ainda que possamos entender que existe cada vez mais jogadores da China a entrar nos circuitos, curioso o facto do país colocar bem mais jogadoras no Top-300 por exemplo: 15 tenistas, e apenas 4 chineses ocupar o mesmo top na hierarquia masculina. O efeito de Li Na que venceu 2 Grand Slams (Roland Garros 2011 e mais tarde em 2014 o Australian Open) teve um efeito mais impactante nas mulheres chinesas do que nos homens. Ainda assim, deverá ser uma questão de tempo. Pelo outro lado, o facto da sociedade chinesa ter um regime autoritário pode ser uma questão pertinente de estudo. Até que ponto essa situação acaba por prejudicar o ténis chinês no seu global, como aliás, acontece noutras áreas da sociedade, no desporto mas também noutras atividades.
Rafael Nadal é um dos maiores ícones da história do ténis, e hoje, ao anunciar a sua retirada na Davis Cup, que decorre em Málaga, encerra mais um capítulo inesquecível no desporto mundial. Nadal não é apenas um dos maiores tenistas de todos os tempos, mas também um exemplo de determinação, sacrifício e paixão. A sua carreira, marcada por momentos de glória, não deixa apenas troféus e recordes – deixa uma história de superação que inspirou milhões.
Desde o seu primeiro título em Roland Garros, em 2005, até ao auge da sua carreira, o nome Nadal esteve associado a um espírito competitivo incansável. Quem o viu jogar nas batalhas épicas contra Federer e Djokovic, especialmente nas superfícies mais duras do ténis, sabe que Nadal jogava não apenas com o físico, mas com a alma.
Mas como em todas as grandes jornadas, as dores e as lesões tornaram-se uma presença constante nos últimos anos. Foram várias as vezes que o vimos a lutar não apenas contra os adversários, mas também contra o próprio corpo. A sua paixão pelo ténis nunca desapareceu, mas a limitação física levou, inevitavelmente, à decisão de pôr fim à sua carreira na competição.
Ao anunciar hoje a sua despedida no cenário da Davis Cup, em Málaga, Nadal escolhe um palco icónico para fechar este ciclo. A Espanha, a sua terra natal, sempre esteve profundamente ligada à sua carreira. O orgulho de representar o país nas competições internacionais foi algo que sempre o motivou. Não é coincidência que ele tenha escolhido este momento, ao lado dos seus compatriotas, para dizer adeus.
Este adeus não é apenas o fim de uma era para o ténis espanhol, mas também para o desporto mundial. Para os seus fãs, haverá um vazio nos grandes torneios, naqueles jogos épicos em que parecia sempre pronto para o impossível. Contudo, a sua história e legado permanecerão vivos nas memórias e corações de todos aqueles que o seguiram ao longo das últimas décadas.
A era de Nadal pode estar a chegar ao fim, mas a sua influência e inspiração continuarão a moldar o ténis para as futuras gerações. Todos nós só podemos dizer uma coisa: Obrigado "Rafa" por ter dado tanto ao ténis, e claro, que tenha um futuro feliz na jornada que venha a escolher. "Muy Gracias"
Números de Rafael Nadal
22 Grand Slams
(2 Australian Open, 14 Roland Garros, 2 Wimbledon, 4 US Open)
36 Masters 1000
5 Taça Davis
2 Medalhas Olímpicas
Prémio Principe das Astúrias 2008
1080 Vitórias - 227 Derrotas
92 Títulos Absolutos
Coco Gauff fechou o WTA 1000 de Pequim 2024 de forma impressionante, conquistando o título com uma vitória dominante sobre Karolina Muchova. A jovem norte-americana de 20 anos venceu em sets diretos (6/1 e 6/3) e manteve seu excelente recorde em finais, melhorando para 8-1 ao longo da carreira. Este foi o seu segundo título WTA 1000 do ano, o primeiro registou-se logo no início do ano em Aukland, onde derrotou Svitolina na final. No encontro decisivo, Gauff impressionou com sua capacidade atlética e consistência, aproveitando 3 dos 4 dos break-points que dispôs, colocou 6 ases num capítulo de jogo que colocou igualmente 70% de primeiras bolas.
Gauff comentou no final do encontro: Eu meio que disse à minha equipa técnica que queria jogar em Pequim", Estavamos planejando apenas vir a Wuhan. Eu só senti que precisava jogar, me divertir. Eu gosto de Pequim." . Na edição de 2023, Coco jogou pela primeira vez o torneio, tendo chegado ás meias finais. Este ano ainda fez melhor, conquistando o título. E prosseguiu: "Acho que ano passado, ganhei o US Open e pensei, o resto da temporada, quero ir bem, mas tanto faz -- só jogar e ver o que acontece", disse Gauff ao WTA Insider.
Trajecto da nº 4 do mundo até à final:
1ª R: Clara Burel (Fra) 7/5 6/3
2ª R: Katie Boulter (Gra) 7/5 6/2
Oitavos-de-final: Naomi Osaka (Jpn) 6/3 6/4
Quartos-de-final: Yulia Starodubtseva (Ucr) 2/6 6/2 6/2
Meias-finais: Paula Badosa (Esp) 4/6 6/4 6/2
Final: Karolina Muchova (Che) 6/3 6/3
Outras Notas do torneio:
* Muchova perdeu a final mas não deixou de registar uma grande semana. Após 10 meses sem competir, a checa regista 18 vitórias e 5 desaires este ano, destacando-se além da final em Pequim (segunda final WTA 1000, a final em terras transalpinas - Palermo - , e pelo segundo ano seguido as meias-finais no US Open. Muchova venceu esta semana três jogadoras do Top-10, destacando-se igualmente a terceira vitória consecutiva perante Aryna Sabalenka (meias-finais).
Outros números do torneio:
7 - Coco Gauff torna-se na história a primeira jogadora da Era Open (1968) a vencer as suas 7 primeiras finais em piso duro.
2ª - Segunda norte-americana a vencer em Pequim depois da incontornável Serena Williams (2004 e 2013)
4 - Desde a criação do WTA 1000 em 2009, Coco Gauff junta-se a Iga Swiatek, Caroline Wozniacki e Bianca Andreescu nas jogadoras que venceram vários títulos antes de completar 21 anos.
49 - Karolina Muchova tornou-se a jogadora com o ranking mais baixo (nº 49) a chegar à final do evento de Pequim.
O caso de doping de Jiannik Sinner tornou-se um dos tópicos mais comentados no ténis este ano. Curiosamente, num ano em que o italiano devia estar a comemorar a sua melhor temporada como é comprovada com a chegada a nº 1 do mundo, e os seus 6 títulos - dois deles Grand Slams - Open Estados Unidos e Austrália (em 16 troféus na carreira), vê-se "embrulhado" num caso de doping bastante complexo, o que demonstra como é extremamente sensível a gestão de casos de doping pelas entidades envolvidas.
(Foto CNN)
As substâncias proibidas são divididas em várias categorias, incluindo:
Os atletas são testados em competições e fora delas. Um teste positivo leva a um processo que pode incluir:
Viva pessoal do ténis.
Decidi reativar este espaço, não será um blog de atualização diária mas será um espaço descontraído onde irei "mandar os meus bitaites" sobre a modalidade que me habituei a acompanhar desde muito novo. Estamos a viver um momento especial da modalidade, com o circuito masculino a ter de se habituar a sobreviver sem os Big-3, e a nível nacional com o fim de carreira de João Sousa, Nuno Borges com a responsabilidade de transportar a responsabilidade de se "aguentar" no Top-100 mundial..
Ainda assim, o momento parece sorridente para os portugueses no circuito, com mais jovens - Henrique Rocha e Jaime Faria à cabeça para se imiscuírem na elite do ténis mundial, e no circuito WTA, e com as irmãs Jorge a registarem resultados interessantes tendo em conta o momento do ténis feminino em Portugal. Michelle Larcher de Brito foi a última "player" a intrometer-se nos grandes eventos mundiais, veremos se a médio prazo o mesmo se venha a repetir com as jovens irmãs já citadas.
No circuito ATP, o momento é sensível, com o caso "Sinner" que abordarei brevemente, mas em termos competitivos desenha-se uma rivalidade que tem tudo para explodir entre o jovem transalpino, e Carlitos Alcaraz. Se no circuito masculino o predomínio dos Big-3 chegou ao fim, ainda que Novak Djokovic esteja ai para as curvas, o circuito feminino dispõe de Iga Swiatek, Aryna Sabalenka e Elena Rybakina que ameaçam nos próximos tempos atraírem os grandes sucessos nos tempos mais próximos, colocando um ponto final numa certa anarquia nos grandes registos históricos no circuito.
Veremos se estes meus vaticínios se confirmam ou se teremos algo de especial a aparecer num mundo cada vez mais ameaçado - como outros desportos -, ao poder financeiro da Arábia Saudita e dos petrodólares.
Esta fase da temporada é um dos momentos bastante atrativo, com a fase final do Tour asiático a chegar ao fim, e com as decisões finais sobre o apuramento dos oito mais para o ATP Finals (com alguns torneios Indoor na Europa), e a cimeira final jogada em Turim, as decisões da Davis Cup em Málaga, e claro no circuito feminino a mesma situação, e com a expectativa como irá correr as WTA Finals jogado pela primeira vez na história em Riyadh.
