segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Davis Cup 2013: Portugal no Grupo I

Não foi fácil, aliás como se esperava, mas a selecção nacional portuguesa conseguiu subir ao Grupo I da Zona Europa-África da Taça Davis depois de um fim-de-semana digamos singular na Moldávia, dada as vicissitudes que envolveu a eliminatória. Todos nós tivemos acesso quer por imagens da Sport Tv, na caso dos singulares, quer através de Streamings em que podemos acompanhar o encontro de pares na internet, pois caso contrário algumas situações não sei se acreditaríamos. Estou a referir-me à categoria da arbitragem (que acabou por limitar a natural evolução da eliminatória). Mas o mais importante de tudo, Pedro Cordeiro e seus pares conseguiram o principal objectivo e não há dúvida que estão de parabéns. Sublinho igualmente a prestação de Rui Machado que quando foi preciso decidir, decidiu com enorme classe e categoria... 

Depois do primeiro dia da eliminatória, foi muito importante a vitória do par Gastão Elias/João Sousa diante da "parelha" Borvanov/Ciumac. Com Gastão Elias em nítida falta de ritmo competitivo, João Sousa acabou por ser importante na forma como disfarçou tal facto. No final, o par português venceu em apenas 3 sets (importante até em função da condição física para o último dia), pelos parciais de 6-3; 6-4 e 6-3. Entrava-se assim no último dia da eliminatória com uma vantagem preciosa (2-1).



João Sousa e Radu Albot, nº 1 moldavo, abriram o derradeiro dia com objectivos diferentes: o nº 1 nacional com intenções claras de fechar a eliminatória, o nº212 ATP com a intenção de adiar para o último "duelo" a decisão. O encontro foi muito duro para o nº 1 nacional, com um adversário a praticar a espaços um bom nível de ténis, e pelo outro lado com o tenista vimaranense a não conseguiu manter o ritmo imposto nos primeiros dois sets. O nº 89 ATP esteve bem nos dois primeiros parciais, impondo um ritmo mais elevado nos momentos cruciais, e dando sempre a sensação que tinha o encontro controlado. Com duplo 6-3 nos dois primeiros sets, Sousa deixou a selecção portuguesa a um set do Grupo I da Taça Davis.

No entanto, Albot reagiu. Com o público cada vez mais a entrar em jogo - com nítido exagero na forma como desrespeitava a equipa das quinas e uma arbitragem igualmente sem nível, o jogador moldavo a pouco-a-pouco foi tomando conta dos acontecimentos. É verdade que Sousa deixou-se envolver por tais condicionantes, e muito por força disso acabou por perder o controlo da situação. Perdeu o 3º set e a 4ª partida por 3-6 e 4-6, e deixou o seu adversário ganhar confiança. Ainda assim, no 5º set, foi mantendo o equilíbrio, e assim a corrida pelo ponto necessário. Primeiro teve que salvar um par de match-points, depois não conseguiu fechar a partida com um ponto de partida, e acabou mesmo por perder a decisiva partida por 11-9 num encontro maratona que teve a duração de praticamente 5 horas.

Chegava-se assim ao derradeiro "duelo". Pedro Cordeiro numa situação sempre de difícil gestão trocou Rui Machado, mais experiente e com mais ritmo de jogo, por Gastão Elias. O tenista algarvio defrontava o jovem Maxim Dubaenko, jovem de 18 anos que demonstrou bastante talento principalmente no encontro frente a João Sousa no primeiro dia da eliminatória. E tal decisão acabou por ser importante. Rui entrou em court muito determinado e demonstrando uma qualidade muito acima da média esteve imperial na forma como geriu o encontro. Três parciais foram suficientes para "carimbar" a vitória e como consequência a subida ao Grupo I da centenária prova da ITF, ao derrotar o seu adversário pelos parciais de 7-5; 6-1 e 6-3. Sempre mais agressivo, Rui disparou winners uns atrás dos outros, mostrando sempre estar num patamar superior ao seu oponente, que nunca mostrou argumentos para contrariar o ténis do pupilo de André Lopes. Mais uma jornada de enorme classe do ex-Top 100 mundial. 

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