No contexto do meio automóvel português houve um anúncio que pronunciava algo deste tipo: "Tenho cara de miúdo, mas disto percebo eu". Eis, uma boa teoria que pode ser aplicada na perfeição ao jovem australiano Bernard Tomic, que chega ao Australian Open, não só pela sua vitória hoje no ATP 250 de Sidney, mas também ao nível de ténis exibido ao longo da preparação para o primeiro Grand Slam da temporada, EM ALTA. Recordo, que foi o jovem australiano o único a vencer o nº 1 mundial, Novak Djokovic, neste inicio de temporada. É certo que foi num evento de exibição (Hopman Cup), mas um jogo é um jogo, e certamente o sérvio (até pelas suas características), não gostou de perder.
O jovem prodígio australiano, que conta actualmente com 20 "primaveras" tem sido ao longo da sua ainda (curta), e ao mesmo tempo longa carreira, noticia nem sempre pelos bons motivos. Ele, que começou bem cedo por dar nas vistas - venceu os títulos de Sub- 12, Sub-14 e Sub-16 do Orange Bowl -. um dos eventos mais prestigiados do circuito mundial -, começou logo ai a criar polémica ao afirmar que iria se tornar o número um do mundo, ganhar todos os Grand Slams e tornar-se o mais jovem da Austrália a defender as cores dos "Cangurus", na Taça Davis.
Uma coisa é certa, Tomic, para além de alguma arrogância e mesmo imaturidade, é dotado de um grande reportório tenistico. Não foi por nada, certamente, que o "grande" Roger Federer já o elogiou bastantes vezes.
Talento q.b, o actual nº 64 ATP tem tudo para "explodir" no circuito, e este ano chega a Melbourne com um dado inédito: 1 título ATP no "bolso". Ainda por cima em vésperas do ínicio do Australian Open, Tomic entrará bastante confiante. Falta saber como irá reagir ás expectativas dos seus compatriotas ao longo do evento. Um deles, o seu pai, já teve episódios bem curiosos: quem não se lembra do seu filho, Tomic (ele mesmo) pedir para ele sair do Court em Miami. Bem mais interessante foi a prestação de Bernard, o ano passado perante Roger Federer na 4ª ronda em Melbourne Park. No entanto, um caso de estudo mais para as relações entre jogadores e treinadores/pais - algo que tem sido volta e meio bastante ventilado em vários quadrantes tenisticos.
Estilo de Jogo de Tomic
Pessoalmente, gosto muito do tipo de ténis de Tomic. Não é seguramente um jogador em potência, muito pelo contrário, é um jogador de fino recorte técnico, que intercala muito bem a sua direita - por norma mais cruzada -, com uma esquerda a duas mãos de grande estilo, agradando-me sobremaneira a sua esquerda a duas mãos ao longo - muito potente e profunda. O seu serviço não tem seguramente a potência de um grande servidor, mas é muito técnico e bem colocado. O seu jogo é muito estratégico - Tomic sabe bem o que faz em court -, mas a esse nível, e devido à sua experiência e idade, demonstra-se algo impaciente em momentos capitais do encontro. Algo parecido com o seu compatriota e ex-nº 1 mundial, Lleyton Hewitt (ou não pertencesse à escola australiana), Tomic tem para mim um "ADN" muito parecido a Marcelo Rios. Fundamentalmente, investe nas suas fortes pancadas do fundo de court, mas quando é preciso também subir à rede, também o faz, embora para mim seja um factor de seu jogo que ainda pode melhorar. Talentoso aos "montes", veremos se Tomic acalma um pouco mais a sua personalidade, pois se conseguir fazer isso, alguém dúvida que temos aqui um "futuro e potencial nº 1 mundial"?
Títulos ATP: 1 - Sidney 2013
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