João Sousa parte como nº 1 nacional - Arquivo Abola.pt |
Á entrada para a nova temporada, nunca, esteve tão aberto o
“campeonato” entre os tenistas portugueses para chegarem ao fim de 2013 como o
nº 1 nacional. Essa situação como não podia deixar de ser tem a haver com
várias incidências. Desde as recentes lesões de Frederico Gil e Rui Machado, à
simultânea evolução de João Sousa, Gastão Elias e Pedro Sousa. Todos eles tem
legítimas aspirações para chegarem ao final do ano como nº 1 nacional, uns mais
do que outros, numa luta que terá certamente numerosos obstáculos.
Efectivamente, Gil e Machado tem uma experiência diferente, para melhor, do que
os restantes três potenciais adversários. Ninguém pode esquecer a marca de Gil
ao ser o primeiro luso a chegar a uma final ATP (Estoril 2010), e com um par de
grandes resultados no circuito que lhe proporcionou chegar a nº 62 mundial
(Abril 2011). Já Rui Machado entrou no Top-60 mundial, "alojando-se" na posição
59 da hierarquia mundial (o melhor posto jamais ocupado por tenista luso). Aos restantes três candidatos ninguém lhes pode tirar predicados: irreverência e talento.
João Sousa inicia a temporada
como nº 1 nacional. Conseguirá manter tal desiderato?
Numa análise puramente técnica, e tendo como perspectiva a tendência
de cada um dos competidores, a época promete. João Sousa parte para 2013 com
uma época simplesmente fantástica no ano recentemente terminado. Em 2012 registou a sua
primeira presença no melhor quadro de um Grand Slam (Roland Garros - onde superou o “qualifyng”),
ainda esteve a um set de conseguir tal feito no Australian Open. Não tão
mediático, mas importante para o tenista vimaranense, foi a sua presença nos
quartos-de-final no Estoril Open, somando ainda 2 títulos challengers (em
Tampere, na Finlândia, e em Mersin, na Turquia). João tem estado bastante bem –
não reduzindo a sua prestação aos resultados -, o ténis apresentado tem sido
bastante sustentado pelo que as expectativas são boas para um futuro próximo.
Fred e Machado vs Nova geração…
Gil - Arquivo RTP |
Rui Machado - Arquivo Record |
Já, Rui Machado, não teve sorte muito diferente. Uma lesão
no joelho limitou a sua temporada, acabando o ano para além do posto nº 300,
muito longe do seu real valor. Apenas disputou 17 torneios ao longo do ano,
tendo conseguido uma final challenger no evento de Roma, onde curiosamente
bateu João Sousa, nos quartos-de-final, antes de ser batido na final pelo
espanhol Bautista-Agut, uma das revelações do ténis espanhol.
Antes disso,
perdeu em oito ocasiões na 1ª ronda (Australian Open pelo meio). Depois de perder
em Barcelona na 1ª ronda, e para Del Potro no Estoril (2ª eliminatória), teve
o seu último bom registo na segunda passagem pela capital italiana, onde chegou
às meias-finais em novo evento challenger (d. Janowicz), nas meias-finais.
Depois disso cinco derrotas na 1ª ronda tendo registado três delas em três
Majors (RG, Wimbledon e US Open). Mais do que condições para nova subida no
ranking, o que se espera é que fisicamente o tenista algarvio regresse como “novo”,
pois de resto estou em crer que os resultados aparecerão.
De promessas a… certezas
Gastão Elias - Arquivo Abola.pt |
Pedro Sousa - Arquivo Abola.pt |
Por último Pedro Sousa. O tenista lisboeta, por muitos considerado
o tenista mais talentoso do panorama português, registou bons resultados em
2012. Teve o seu ponto alto ao chegar ás meias-finais do challenger colombiano
de Barranquilla, num circuito challenger onde esteve globalmente bem ao
alcançar por três vezes os quartos-de-final (Guayaquil, Orbetello e Nápoles),
ao que se somou o seu 2º título future conseguido em solo algarvio (Faro).
Por
um fio não venceu o seu 3º título da carreira ao perder a final do também
future de Múrcia, mas logrou um conjunto de resultados, e também de exibições
que certamente o enche de confiança à partida para mais uma sempre difícil e
exigente temporada.
Expectativa também para seguir as pisadas de Frederico F.
Silva para a temporada de 2013. Numa das próximas semanas fica a promessa para
um artigo para um dos mais promissores jogadores do actual panorama do ténis
nacional.
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