sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Os "cinco mosqueteiros" e a temporada 2013...

João Sousa parte como nº 1 nacional - Arquivo Abola.pt
Á entrada para a nova temporada, nunca, esteve tão aberto o “campeonato” entre os tenistas portugueses para chegarem ao fim de 2013 como o nº 1 nacional. Essa situação como não podia deixar de ser tem a haver com várias incidências. Desde as recentes lesões de Frederico Gil e Rui Machado, à simultânea evolução de João Sousa, Gastão Elias e Pedro Sousa. Todos eles tem legítimas aspirações para chegarem ao final do ano como nº 1 nacional, uns mais do que outros, numa luta que terá certamente numerosos obstáculos.
 
Efectivamente, Gil e Machado tem uma experiência diferente, para melhor, do que os restantes três potenciais adversários. Ninguém pode esquecer a marca de Gil ao ser o primeiro luso a chegar a uma final ATP (Estoril 2010), e com um par de grandes resultados no circuito que lhe proporcionou chegar a nº 62 mundial (Abril 2011). Já Rui Machado entrou no Top-60 mundial, "alojando-se" na posição 59 da hierarquia mundial (o melhor posto jamais ocupado por tenista luso). Aos restantes três candidatos ninguém lhes pode tirar predicados: irreverência e talento.


João Sousa inicia a temporada como nº 1 nacional. Conseguirá manter tal desiderato?
Numa análise puramente técnica, e tendo como perspectiva a tendência de cada um dos competidores, a época promete. João Sousa parte para 2013 com uma época simplesmente fantástica no ano recentemente terminado. Em 2012 registou a sua primeira presença no melhor quadro de um Grand Slam (Roland Garros - onde superou o “qualifyng”), ainda esteve a um set de conseguir tal feito no Australian Open. Não tão mediático, mas importante para o tenista vimaranense, foi a sua presença nos quartos-de-final no Estoril Open, somando ainda 2 títulos challengers (em Tampere, na Finlândia, e em Mersin, na Turquia). João tem estado bastante bem – não reduzindo a sua prestação aos resultados -, o ténis apresentado tem sido bastante sustentado pelo que as expectativas são boas para um futuro próximo.
Fred e Machado vs Nova geração…
 
Gil - Arquivo RTP
Nunca dois jogadores portugueses foram mais longe quer em termos de resultados absolutos quer em termos de ranking. É verdade que Cunha e Silva e Nuno Marques numa época diferente deram nas vistas no circuito mundial, mas não com sustentabilidade do que o tenista sintrense e o jogador algarvio o fizeram recentemente. Todavia, a temporada de 2012 não foi nada famoso quer para um, quer para outro. Frederico Gil até começou bem o ano – chegou à 3ª ronda no Australian Open, aos quartos-de-final em Viña del Mar e ainda chegou a Indian Wells de forma razoável (perdeu para o “gigante” Isner na 2ª ronda),e a Miami, onde bateu T. Bellucci antes de sair vencido diante de P. Kohlschreiber na 2ª eliminatória. Quando chegou ao Estoril (d. Phau, na 1ª ronda), nada fazia prever uma segunda parte da temporada tão má. Perdeu a intensidade conseguida na primeira fase da época e a partir daí nunca mais conseguiu praticar o seu ténis, tecnicamente evoluído, e muito aguerrido. Aposta muito nesta época, mas terá que começar por disputar challengers, já que cairá imenso no ranking graças a não disputar o primeiro Grand Slam da temporada (Australian Open) e ainda verá os pontos do torneio chileno serem retirados antes de competir.
Rui Machado - Arquivo Record
Já, Rui Machado, não teve sorte muito diferente. Uma lesão no joelho limitou a sua temporada, acabando o ano para além do posto nº 300, muito longe do seu real valor. Apenas disputou 17 torneios ao longo do ano, tendo conseguido uma final challenger no evento de Roma, onde curiosamente bateu João Sousa, nos quartos-de-final, antes de ser batido na final pelo espanhol Bautista-Agut, uma das revelações do ténis espanhol.
Antes disso, perdeu em oito ocasiões na 1ª ronda (Australian Open pelo meio). Depois de perder em Barcelona na 1ª ronda, e para Del Potro no Estoril (2ª eliminatória), teve o seu último bom registo na segunda passagem pela capital italiana, onde chegou às meias-finais em novo evento challenger (d. Janowicz), nas meias-finais. Depois disso cinco derrotas na 1ª ronda tendo registado três delas em três Majors (RG, Wimbledon e US Open). Mais do que condições para nova subida no ranking, o que se espera é que fisicamente o tenista algarvio regresse como “novo”, pois de resto estou em crer que os resultados aparecerão.
De promessas a… certezas
Gastão Elias - Arquivo Abola.pt
Que dizer dos actuais momentos de Gastão Elias e Pedro Sousa. O tenista das Caldas da Rainha entra em 2013 com o Top-100 ao “fundo do túnel”. É certo que ainda tem algum caminho a percorrer mas exibiu-se em grande no ano que passou. Um challenger vitorioso no Rio de Janeiro, e três finais também no circuito (Caltanisseta, Porto Alegre e São Paulo), proporcionaram ao jovem tenista luso uma temporada de grande nível, com exibições de “encher o olho”, e uma evolução sustentada, quer no ranking, quer nos seus ambiciosos objectivos. É de sublinhar o trabalho que o “canarinho” Jaime Oncins está a efectuar com o tenista português de 22 anos. A temporada de 2013 promete, como aliás já demonstra o resultado até agora conseguido por parte de Gastão em São Paulo – quando escrevo este artigo, acabava de vencer o seu “carrasco” no torneio de 2012, Thiago Alves nos quartos-de-final.


Pedro Sousa - Arquivo Abola.pt
Por último Pedro Sousa. O tenista lisboeta, por muitos considerado o tenista mais talentoso do panorama português, registou bons resultados em 2012. Teve o seu ponto alto ao chegar ás meias-finais do challenger colombiano de Barranquilla, num circuito challenger onde esteve globalmente bem ao alcançar por três vezes os quartos-de-final (Guayaquil, Orbetello e Nápoles), ao que se somou o seu 2º título future conseguido em solo algarvio (Faro).
Por um fio não venceu o seu 3º título da carreira ao perder a final do também future de Múrcia, mas logrou um conjunto de resultados, e também de exibições que certamente o enche de confiança à partida para mais uma sempre difícil e exigente temporada.
Expectativa também para seguir as pisadas de Frederico F. Silva para a temporada de 2013. Numa das próximas semanas fica a promessa para um artigo para um dos mais promissores jogadores do actual panorama do ténis nacional.




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